26 de novembro de 2011

Toninha albina nasce na Baía da Babitonga

A equipe do Projeto Toninhas registrou em outubro deste ano a presença de um filhote albino de toninha (Pontoporia blainvillei) na Baía da Babitonga. Este é o primeiro caso documentado de albinismo para esta espécie de cetáceo. O albinismo se caracteriza pela pouca ou nenhuma pigmentação nos olhos, pele e/ou pêlo (quando presente) dos animais. É uma condição herdada geneticamente e também ocorre em seres humanos, sendo considerada muito rara. No Brasil, já houve o registro de filhotes albinos de baleia-franca (Eubalaena australis) em Santa Catarina e de um adulto de boto-cinza (Sotalia guianensis) no Rio Grande do Norte.

                                                                                                Foto: Projeto Toninhas/UNIVILLE

A Baía da Babitonga abriga uma população residente de toninhas, que já vem sendo estudada há mais de dez anos. Devido as suas características, acredita-se que o filhote tenha nascido na última semana de outubro na Babitonga, que é utilizada por esta população para reprodução, alimentação e descanso. O filhote estava acompanhado de um adulto, provavelmente a mãe, e era totalmente branco. A cor poderá sofrer algumas alterações ao longo do tempo, adquirindo um tom acinzentado ou rosado. Filhotes de toninha são totalmente dependentes da mãe até aproximadamente um ano de vida e se alimentam exclusivamente do leite materno até os seis meses, quando passam a ingerir pequenos peixes.

O Projeto Toninhas, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Ambiental, desenvolve atividade de pesquisa e educação ambiental voltadas à conservação das toninhas, que é a espécie de golfinho mais ameaçada de todo o Atlântico Sul Ocidental. Suas linhas de atuação incluem estudos sobre distribuição, dinâmica populacional, padrões de residência, uso de habitat e comportamento, além da análise de parâmetros biológicos a partir de animais encontrados mortos na região. Em outubro deste ano o projeto realizou a captura e marcação de cinco indivíduos da população da Babitonga com o uso de transmissores satelitais. O projeto recebe visitantes no Espaço Ambiental Babitonga, em São Francisco do Sul. A importância da Baía da Babitonga para a conservação da espécie foi um dos motivos que levou o governo e instituições locais a propor a criação de uma unidade de conservação na área, de uso sustentável. Espera-se que em breve este processo seja retomado.